FINANÇAS COMPORTAMENTAIS

Organizar a vida financeira é uma tarefa que nem todos conseguem executar. As justificativas usadas são das mais diversas, muitos dizem que não são bons com números e por isso as finanças ficam no caos, outros dizem que não tem muito conhecimento sobre planilhas e é essa a razão pela qual vive no caos financeiro.

Alguns dizem que por que ganham pouco não conseguem se organizar, outros, que ganham muito, acreditam que por ganharem muito a clara organização é desnecessária. Diante da quantidade de discursos que já ouvi, se fosse relacionar todos aqui, precisaríamos de muito mais espaço pois elas são das mais variadas.

Existe um campo da ciência que quero te apresentar que é o das Finanças Comportamentais. Ela se divide em três grandes blocos, que são: razão, emoção e a relação entre comportamento e finanças.

O que de fato vai garantir que você consiga organizar e manter em ordem sua vida financeira não é nada além do seu próprio comportamento diante do dinheiro, ou seja, o processo que acontece dentro da cabeça de uma pessoa quando ela está diante de uma tomada de decisão financeira.

Diante de uma tomada de decisão financeira as pessoas encontram motivos, razões, explicações, internamente racionais. E o mais interessante é que esse comportamento se repete diversas vezes ao longo da vida. Por exemplo, sabe aquela pessoa que estava endividada e ganhou algum valor inesperado e pagou todas as contas? Pois é, provavelmente ela voltará à condição de endividada. Ou talvez você já tenha escutado falar sobre ganhadores da loteria que pouco tempo depois já não tinha mais nada. Tudo isso acontece justamente por conta dos padrões de comportamento.

De uma forma simples e direta as finanças comportamentais colocam em cena o fator emocional do ser humano nas teorias econômicas. Se trata do que você sente no momento de tomar uma decisão financeira.

Acredito que você já entendeu que se trata de repetição de comportamentos padronizados e vou usar esse espaço para aprofundar um pouco sobre isso. Você vai entender de uma maneira clara sobre os principais padrões trazidos à luz graças às finanças comportamentais.

  • Efeito Manada

Talvez você já tenha escutado falar sobre o efeito manada, mas não saiba com clareza como ele se reproduz na vida das pessoas. Se trata do famoso “Maria vai com as outras”, agora pense comigo: é bastante normal que o ser humano, que vive em sociedade, copie comportamentos e atitudes de outras pessoas, correto? Agora a grande sacada aqui é a segurança. As pessoas se sentem mais seguras quando tomam uma decisão financeira baseada em decisões que as pessoas que lhe são próximas tomaram.

A título de exemplo, se a maioria dos amigos de alguém financia apartamento, no momento de decidir se financia ou não, a pessoa se sentirá mais segura optando por financiar uma vez que a maioria de seus amigos também o fizeram. É como se fosse um comportamento já previamente aprovado.

O problema é que muitas vezes as pessoas que lhe são próximas não tomam boas decisões e você, de forma inconsciente, se sente seguro com a decisão mesmo ela não sendo de fato boa para sua realidade.

  • Desconto Hiperbólico

Vou traduzir esse conceito pra você, o desconto hiperbólico é o mesmo que confiança excessiva e otimismo, mas não no presente, no futuro. As pessoas tem a tendência em acreditar que no futuro as coisas serão melhores, mesmo que não estejam fazendo nada para mudar o presente. O que esse padrão de fato faz é gerar uma visão distorcida da realidade de sua própria condição financeira tanto no presente quanto no futuro.

Eu não quero te orientar a ser pessimista, seja sim confiante e otimista, porém faça isso com base na sua realidade atual e principalmente considerando quais movimentos você tem feito para tornar as coisas de fato diferentes. Não adianta continuar fazendo as mesmas coisas e aguardar resultados melhores.

  • Contabilidade mental

Quando estão analisando as finanças pessoais, muitas pessoas não pensam de uma maneira organizada e estruturada. Fazem os famosos cálculos mentais sobre seus custos e chegam a um valor “por alto” de seu custo mensal.

Ocorre que dessa forma só são contabilizados os grandes custos, normalmente fixos, como moradia e alimentação. Com esse padrão de comportamento não se torna simples perceber por exemplo os custos invisíveis, que são aqueles que se tem no dia-a-dia e que passam despercebidos.

Ao manter esse padrão, muitas pessoas vivem endividadas sem nem mesmo saber que estão até que “de uma hora pra outra” percebem que existe um problema financeiro.

Esses e outros padrões trazidos pelas finanças comportamentais exercem grande impacto no momento da tomada de decisão financeira. De maneira que o seu estado emocional, seu círculo social e de trabalho, suas crenças, isto é, aquilo em que você acredita e suas inseguranças econômicas influenciam de maneira significativa sua relação com o dinheiro.

O impacto não para por aí, afinal de contas você já parou para pensar qual o motivo que te faz olhar para o delivery, para aquela compra online, para a assinatura de um novo streaming e pensar eu vou comprar por que eu mereço? Talvez você ainda não saiba, mas o motivo está relacionado com um lugar muito mais emocionado, compulsivo e sem de fato medir as consequências futuras da decisão.

Com isso você fica muito vulnerável a influências externas, pois muitas vezes acaba comprando alguma coisa só por que todo mundo está comprando e com certeza, a longo prazo, isso trará danos financeiros para sua vida.

Por fim é importante que você tenha esse conhecimento para, a partir dele, tomar maior consciência sobre os motivos que estão por trás de suas decisões financeiras e saber como tomar uma decisão mais assertiva. Ter esse conhecimento sobre finanças comportamentais permite que você consiga resolver sua vida financeira com maior precisão e construir um planejamento financeiro mais consistente para transformar seus sonhos em realidade.

Falando em padrões de comportamento eu vou te sugerir um vídeo que fiz que vai te ajudar a perceber o quanto isso pode fazer diferença na sua vida a partir de agora. Você que veio até aqui, espero que a leitura tenha sido prazerosa e que o conhecimento adquirido possa ser útil à sua vida. Se fez sentido pra você, deixa aqui embaixo um comentário que vai ser bem legal. Grande abraço e bom vídeo.

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